Vinícolas pagarão R$ 7 milhões em indenizações por trabalho análogo à escravidão
Compartilhar

Foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação
Diário de Pernambuco
As vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton vão pagar R$ 7 milhões de indenizações aos trabalhadores resgatados em situação análogo à escravidão em Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul. Os cerca de 200 trabalhadores eram terceirizados da empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda e prestavam serviço para as vinícolas. Eles foram resgatados em fevereiro após uma denúncia e encontrados em um alojamento precário, onde sofriam diversas ameaças.
O valor da indenização foi definido por acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) durante audiência com os representantes das três vinícolas, que durou oito horas. De acordo com o MPT, o valor se refere aos danos morais individuais e coletivos. As empresas têm 15 dias para fazer o pagamento. Os valores do dano moral coletivo serão revertido para entidades, fundos ou projetos.
Além da indenização, as vinícolas também assumiram vários compromissos para evitar que novos casos aconteçam, como o de fiscalizar as condições de trabalho das pessoas contratadas de forma terceirizada. Outro compromisso é o de monitorar o cumprimento de direitos trabalhistas na cadeia produtiva. O descumprimento de cada cláusula poderá ser punido com multa de até R$ 300 mil.
Já a empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda pagou R$ 1,1 milhão em verbas rescisórias acordadas em um TAC emergencial no momento do resgate. Porém, até o momento se recusou a firmar termo de ajuste de conduta. Por isso, o MPT irá entrar com medidas judiciais contra a empresa. O primeiro passo foi o pedido do bloqueio judicial de bens do proprietário Pedro Santana até o valor de R$ 3 milhões. O juiz Silvionei do Carmo, titular da 2ª Vara do Trabalho de Bento Gonçalves, aceitou o bloqueio de bens de nove empresas e 10 pessoas envolvidas no caso.






