Velório de Françoise Forton reúne familiares e amigos em teatro no Rio: 'Uma guerreira da arte', diz ator Marcelo Serrado
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Atriz Françoise Forton — Foto: Reprodução
G1
O corpo da atriz Françoise Forton está sendo velado na manhã desta segunda-feira (17) no Teatro Tablado, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. O corpo será cremado às 16h, no Cemitério da Penitência.
A atriz morreu aos 64 anos neste domingo (16), no Rio. Ela tratava de um câncer e estava internada havia quatro meses na clínica São Vicente, na Zona Sul da cidade.
A doença começou na região da bacia da atriz e, posteriormente, chegou aos pulmões.
Um dos primeiros a chegar ao Tablado foi o viúvo, Eduardo Barata.
Já entre os artistas que foram se despedir de Françoise estão Arlete Salles, Aloísio de Abreu, Alexandra Richter, Marcelo Serrado e Luís Loubianco.
"Era uma figura muito importante pra nossa classe, pra nossa história. Quando comecei, lembro muito dela no "Estúpido cupido". Uma guerreira da arte, uma pessoa que vai fazer muita falta. Fui padrinho de casamento deles, sempre presente nas minhas estreias. Uma figura muito querida, uma grande artista. Uma grande perda para nossa classe. A gente está muito solidário com as pessoas que ficaram. Muito difícil perder uma pessoa como ela", disse Marcelo Serrado.
"Eu vim aqui me despedir da Françoise, dessa pessoa doce, querida, dessa atriz linda que embelezou os palcos com sua vocação. Foi bonito o trabalho dela no cinema, no teatro, na TV, brilhou em todos esses espaços. É sempre um momento de tristeza. Nessas horas não sei muito bem como me expressar nesses momentos difíceis. A gente nunca vai entender esse mistério que envolve a morte. Mas ela partiu e aqui a gente fica rezando para que tenha uma boa chegada no céu, que esteja com deus nesse momento iluminada e descansando. Os últimos dias de vida foram muito sofridos", falou Arlete Salles.
"Esse casal é muito amado. Barata e Fran são um encontro de vida, de almas, as pessoas sempre viam esse casal como um exemplo. Muito delicada, educada. Li comentários ontem na internet, todos muito carinhosos. Essa doçura, essa leveza que eram da natureza dela. Difícil começar o ano assim, a gente tem perdido muita gente na classe artística e começar o ano com essa perda. Mas ela tá nesse lugar, nesse palco recebendo tanto amor e carinho", disse Alexandra Richter.
"Ela deixa muita saudade porque era um ser humano que tinha a vida como missão, a alegria como missão. Então tinha sempre uma palavra de incentivo, pra mim então que conheço quando criança posso dizer que foi uma das grandes incentivadoras da minha carreira. Sempre que tinha contato, me fazia elogio sobre um trabalho recente. Era um farol que emanava, é uma partida muito dura. Quando é de uma pessoa que a gente ama, confia e trabalha, vai um pedacinho mesmo embora. Mas deixa um pedaço, uma lição de vida, uma trabalhadora das artes e meu irmão Barata... que agora é nossa missão cuidar dele, da família dela e honrar essa grande artista do Brasil.
Na nossa despedida, leu um poema pra mim do celular. A dignidade do nosso trabalho ninguém tira. Que tenha certeza que deixou essa semente aqui, essa semente em mim", falou Lúcio Mauro Filho.
O diretor teatral e secretário municipal de cultura, Marcus Faustini, e o diretor teatral Paulo de Moraes também foram prestar as últimas homenagens à atriz.
Françoise Forton nasceu no Rio de Janeiro no dia 8 de julho de 1957, filha de pai francês e mãe brasileira.
Sua estreia foi ainda adolescente, em 1969, na novela "A última valsa", da Globo. Desde então, ela fez mais de 40 novelas e diversas outras participações na TV.
Carreira em TV, cinema e teatro
Um dos papéis mais marcantes foi a personagem Tetê, de "Estúpido cupido", que retratava a sociedade brasileira da época.
Em mais de cinquenta anos de carreira, fez outras novelas de sucesso como "Bebê a bordo" (1988), "Tieta" (1989), "Meu bem, meu mal (1990), "Perigosas peruas" (1992), "Explode coração" (1995), "O clone" (2001) e "I Love Paraisópolis" (2015).
Sua carreira no cinema também teve mais de cinco décadas, com filmes como "Marcelo Zona Sul" (1970), "Jardim de Alah" (1988) e "Coração de Cowboy" (2018).
Ela também participou de diversas montagens de teatro nos últimos anos, e ganhou prêmios como do Festival Internacional de Angra, em 2011, por "Chopin Sand?".
Ela deixa o marido, o produtor cultural Eduardo Barata, e o filho, Guilherme Fourton Viotti.






